C'est moi?
O fato é: até que ponto somos o que achamos ser? É uma pergunta que me faço diariamente. Sou realmente o que conheço? Sou o que vejo? Sou o que acham que sou?

A camada epitelial não é simplesmente uma estrutura de revestimento, encarregada de comportar músculos e ossos. Há muito além do que se pode notar. Há algo intrínseco à carne, misturado ao sangue, entrelaçado à sinapses nervosas, algo que, para muitos, está muito aquém da capacidade de percepção. Talvez possamos trabalhar com a idéia de alcance, porém para alguns, por medo, ou seja lá qual for a razão, essa possibilidade é absolutamente bloqueada, criando-se métodos de fuga deste algo. E este grande bloqueador tem nome; carcaça; cor; estilo cultural, e por incrível que pareça, capacidade de percepção! Um tanto quanto contraditório, não? Por mais paradoxal que seja, o homem - ser ao qual mencionei anteriormente – possui essa capacidade de detecção e até mesmo quer utilizá-la, porém não o faz pelo fato de repugnar ou omitir de si próprio o algo que sabe que existe.

Enfim. Pouco importa o bloqueador. Atenhamo-nos ao “algo”. O que poderia estar tão próximo, a ponto de estar enraizado ao ser, incutido à maquina humana, e ao mesmo tempo tão distante? A resposta está evidente! O tão famoso, comentado, questionado, Eu. Exato. Soa estranho? Talvez. Mas é exatamente deste conceito que faço esta análise.

Este Eu não é simplesmente o eu que você, ou sua mãe ou talvez um amigo conheça, mas é a essência, a origem, a solução para o caos. Causado por quem? Pelo eu! Note que este eu é grafado com inicial minúscula. E não é à toa. Esse eu a quem faço referência é justo o eu que pensamos conhecer, ou talvez o eu que apresentaram para nós. É isto mesmo! Há um conflito intermitente entre o eu e o Eu. Loucura isso? Não. Se pararmos para pensar é lógico. Você nunca será o que deseja ser por mais que queira. Não me interprete de forma negativa. Em momento algum estou sendo pessimista em meus pensamentos, apenas estou dando continuidade a uma linha de raciocínio.

Por mais que queiramos ser o que de fato o Eu quer, somos reprimidos pelo eu. Repressão essa derivada de fatores sociais, políticos, psicológicos ou qualquer outro que seja. Não importa! O fato é que, este “algo” citado no início, que descobrimos ser o Eu, está escondido, guardado, esperando o momento para ser eclodido, buscado, entendido, para que assim possa ser conciliado e andar de mãos dadas com, o que poderíamos apelidar assim, o eu exterior. Nossa! Seria incrível poder extravasar o que se sente, agir da forma que se quer, não se privar de sentimentos. Mas ficaria a pergunta que é e sempre será cíclica: até que ponto sou? Sou o que acho ser ou sou o que me criaram? Fica a pergunta. EU seria capaz de responder?
3 Responses
  1. É, conhecer a si mesmo é incrivelmente dificil, eu que o diga... Sorte aqueles que se conhecem, aí podem se despir de todos os medos...

    Parabéns pelo texto, tá muito bom pra quem escreveu...

    To zuando, parabens mesmo! Muito bom!


  2. Bruno Luz Says:

    Parabéns pelos Blog. Textos muito bem escritos. Vai rolar algum crédito para o revisor? =]
    Continue assim e não deixe o blog morrer.


  3. Anônimo Says:

    Meninoo, tava lendo e me lembrei completamente da aula de Teoria da Comunicação rsrs

    sensacional o post, parabéns![...] bjoos :)


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